sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O Cortisol e o estresse



Estresse: O Mal do Século

Entenda por que o estresse pode deixar a pele flácida, diminuir o desejo sexual e ainda prejudicar a perda de peso.

A edição no 89 da Revista Vegetarianos publicou esta matéria onde você irá entender as consequências da elevação do nível de cortisol, um dos hormônios ligados ao estresse.

Cortisol a sua disposição.

O cortisol é um hormônio que o corpo usa para lidar com o que é difícil. Assim, em um momento de dificuldade, ele se eleva. Na fase inicial do estresse, o cortisol está elevado e a pessoa tem a sensação que dá conta de tudo, pois há energia, disposição. Conforme o tempo passa e o fator desencadeante do estresse não desaparece, ou seja, o corpo e a mente precisam se manter armados para tolerar a agressão, a produção de cortisol se altera. Assim, em condições normais, o cortisol é mais alto pela manhã e mais baixo no final do dia. Por isso, temos mais energia e vigor pela manhã e a vontade de nos recolhermos no final do dia.

Mas no estresse crônico, o cortisol é reduzido pela manhã e aumentado no final do dia. Assim, a pessoa acorda com dificuldade e à noite se sente melhor, ativa e pronta para produzir. Se você está assim, tome cuidado, pois essa condição já indica cronicidade da situação. E em um estado mais avançado, o cortisol fica baixo o tempo todo. A pessoa acorda, passa o dia e vai dormir cansada.

O que o estresse faz com o corpo?

Resumidamente, acaba com o corpo. Estresse agudo é a proteção, mas prolongado é destruição. Há várias possibilidades de se abordar a química do estresse, mas é preciso entender bem o cortisol, inclusive a consequência de seus níveis elevados.

Tristeza e sono

O cortisol reduz a serotonina, que é o neurotransmissor ligado à sensação de alegria, bem-estar, plenitude e saciedade. Serotonina em níveis ótimos reduz a sensação de dor. Assim, quando a serotonina é reduzida, a vida fica cinza, a pessoa fica triste e o corpo mais sensível à dor. Reduzindo a serotonina, pode ocorrer aumento de outro neurotransmissor: a dopamina. Ela aumenta a sensação de ansiedade. Há inquietação e dificuldade de pegar no sono, pois a mente não desliga.

Reduzindo a serotonina, ocorre redução da melatonina, que é um elemento que sustenta o nosso sono. A pessoa acorda picado a noite toda. E quando a situação fica mais acentuada, o sono termina antes do horário de acordar e mesmo com sono, cansada, podendo dormir mais, a pessoa não consegue.

Em grande parte dos casos, a alteração do sono é o que a pessoa percebe estar errado, mas não entende que isso tende a estar correlacionado, ao estresse crônico, ou seja, o que ela vive (ou deixa de viver) durante o dia.

A composição corporal

O cortisol dificulta a entrada da glicose nas células e ela se eleva no sangue. A insulina sobe. Tudo isso favorece o acúmulo de gordura abdominal e gordura no fígado. O cortisol favorece à destruição de massa muscular. Assim, perdemos massa muscular e ganhamos barriga.

Os hormônios sexuais são alterados

Ocorre redução da testosterona e aumento dos estrogênios. Isso leva a redução de massa muscular e ganho de gordura. Na menopausa ficam acentuados. Nessa fase, os ovários - que produziam os hormônios sexuais - deixam de funcionar. Os precursores de hormônios sexuais são produzidos todos pela glândula adrenal. E como essa glândula é a que produz o cortisol, necessitando dele, todos os demais hormônios se reduzem. A elevação do cortisol, reduzindo os hormônios masculinos levam a redução de líbido.

A pele envelhece

Toda estrutura de sustentação da pele é acometida pelo cortisol. A flacidez e perda de tônus ocorrem durante o estresse. Não adianta se iludir com suplementos de colágeno e nem shakes, pois o cortisol é imperativo sobre a saúde da pele.

Os hormônios tireoidianos

A tireoide produz dois hormônios que têm relação direta com metabolismo: T4 e T3. O cortisol altera a conversão do T4 em T3, que é a forma mais ativa do hormônio, e com isso pode ocorrer um aumento do trabalho da tireoide, ou mesmo dificuldade em corrigir níveis alterados de hormônio tireoidiano.

Os neurônios sofrem

O cortisol agride os neurônios cerebrais nos seus dendritos e com isso afeta as sinapses. Por isso, o estresse "emburrece". A dinâmica cerebral fica alterada, o raciocínio lento.

Esquecimento

A memória recente é afetada pela elevação do cortisol. Assim, o estresse é um dos motivos que leva as pessoas a se queixarem de perda de memória ou de memória fraca.

O sistema imunológico

Como o cortisol modula o sistema imunológico do corpo, há alteração quando ele fica elevado. Assim, vale à pena lembrar que mais importante do que o fato ocorrido é a importância e o significado que nós damos a ele.


Fonte: Revista dos Vegetarianos - Ano 8 - Edição 89.

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